Sax Alto
A história do sax alto como instrumento de destaque dentro do jazz começa com alguns músicos que tocaram nas orquestras de swing a partir dos anos 30: Johnnny Hodges (da orquestra deDuke Ellington), Benny Carter (ele mesmo também bandleader) e Willie Smith. Nos anos 40 a história do sax alto (e talvez até mesmo do próprio jazz) se precipita sobre Charlie Parker. A sua sonoridade agressiva, seu fraseado imprevisível, sua capacidade inesgotável de improvisação, o lugar que ocupa dentro da estética do jazz como pai do bebop, até mesmo a sua biografia trágica, tudo isso o transforma numa figura de dimensões míticas. É difícil contabilizar o imenso número de saxaltistas e mesmo saxtenoristas que foram influenciados por Bird - isso não apenas nos anos 40, mas também décadas depois.
Somente com o advento do cool jazz surgiria um estilo de tocar o alto completamente diferente do de Parker: o de Lee Konitz (ligado à escola de Lennie Tristano). Também merece destaque um dos mais populares sucessores de Konitz: Paul Desmond, que integrou por longos anos o quarteto cult de Dave Brubeck e possuía um som leve e um fraseado fluido.
No cenário hardbop e posterior, temos Sonny Stitt (inicialmente influenciado por Charlie Parker, mas que, tocando também o tenor, veio a desenvolver ali um estilo mais pessoal), Julian “Cannonball” Adderley (que tocou no notável sexteto de Miles Davis na segunda metade dos anos 50), Ornette Coleman (o pai do free jazz) e Anthony Braxton (cujo disco For Alto foi um marco na evolução do sax alto contemporâneo).
(V.A